Sensor Oxigênio Ventilador Pulmonar Hamilton C1

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Sensor Oxigênio Ventilador Pulmonar Hamilton C1

Ventiladores Pulmonares: Componentes, principais funções, modalidade de ventilação, principais parâmetros e riscos

Os principais componentes de um ventilador pulmonar são:

1.- Sistema Microprocessador de controle: a maioria dos Ventiladores Pulmonares atualmente possuem sistemas de controle totalmente microprocessados, o que garante precisão e rapidez de controle. Além disso, permite uma gama ampla de informações para o usuário, especialmente, as gráficas muito úteis e intuitivas para médicos, fisioterapeutas e enfermagem.

2.- Válvulas reguladoras de pressão: regulam as pressões dos gases medicinais de entrada. Ar Comprimido Medicinal (quando exigido pelo VP), Oxigênio e Óxido Nitroso (para os VP de Anestesia). Devem garantir pressão estável e na faixa de operação (entre 3,5 a 7,0 bar).

3.- Misturador ou Blender: garante a mistura adequada dos diferentes gases nas concentrações desejadas. Os misturadores mais utilizados são constituídos por blocos de solenoides ou servo-válvulas.

No caso dos VP de Anestesia a mistura é realizada através dos ajustes das vazões de ar comprimido, oxigênio e óxido nitroso que utilizam rotâmetros de fluxo calibrado ou medidores eletrônicos de vazão.

Os VP de Anestesia, possuem adicionalmente, Vaporizadores de Agente Anestésico e Sistema de Recirculação de gases com filtro de Cal Sodada, conhecido como Canister.

Os Vaporizadores de Agente Anestésico são responsáveis pelo ajuste e controle da concentração dos gases anestésicos conforme prescrição medica do anestesista. Esses gases são misturados aos chamados gases frescos (oxigênio e ar comprimido medicinal) e ministrados ao paciente.

No caso do Filtro de Cal Sodada, sua função é eliminar o CO2 da fase de expiração e assim reaproveitar a parcela de gases frescos mais gases anestésicos expirado pelo paciente.

Este sistema com reinalação é conhecido como Sistema Fechado de Ventilação Anestésica, que é muito eficiente na redução dos consumos dos gases medicinais e agente anestésico, porém exigem monitoração da oximetria (SpO2) e Capnografia (concentração de CO2 no sangue – EtCO2 – https://tutoriaisdeanestesia.paginas.ufsc.br/files/2014/03/Capnografia.pdf).

 

Componentes Auxiliares

Além dos componentes principais acima citados os Ventiladores Pulmonares utilizam:

  1. Sistemas de Traqueias: Tubos flexíveis e corrugados, normalmente de silicone, que conectam os ventiladores pulmonares aos pacientes.

  2. Nebulizador: pode ser eventualmente utilizado para administrar drogas na forma de aerossol. É inserido no circuito inspiratório do VP.

  3. Umidificador: acoplado ao circuito inspiratório do ventilador para acrescer vapor d’água atomizado ao gás inspirado pelo paciente. Auxilia na umidificação das vias áreas do paciente, que podem ressecar devido ao uso prologado de oxigênio e Ar comprimido que são isentos de umidade.

  4. Filtro Bacteriológico: podem ser instalados na entrada do circuito inspiratório, ou na entrada de ar externo nos VP que possuem compressor interno. Também deve ser instalado no circuito expiratório, com o objetivo de evitar a contaminação do meio ambiente com eventual agente patógeno procedente do paciente.

  5. Válvula de exalação ou expiratória: essa válvula tem a função de controlar o fluxo entre VP e paciente (saída de expiração fechada) e paciente para exaustão (saída de expiração aberta). Essa válvula pode ser externa ou incorporado ao ventilador pulmonar.

Classificação dos VP pelo Ciclo Ventilatório.

Os Ventiladores Pulmonares podem ser classificados pelo ciclo ventilatórios nas modalidades, Fluxo, Pressão, Volume ou tempo. Isto significa que os ciclos de inspiração e expiração serão controlados pelo atingimento dos parâmetros ajustados conforme a modalidade de ciclo ventilatório selecionado.

Classificação dos VP pelo Modo de Ventilação

Os modos de ventilação são Controlado, Assistido ou Controlado + Assistido. Esses modos determinam o grau de interação entre o VP e o paciente.

No modo Controlado todo o ciclo ventilatório é determinado pelo VP, sem nenhuma interferência do paciente. Já no modo Assistido é o paciente que dispara o ciclo ventilatório, ao gerar uma pequena pressão negativa na via aérea (pressão de trigger), solicitando que o VP forneça suporte ventilatório, garantindo o alcance dos  parâmetros previamente ajustados.

Já no Modo Controlado + Assistido, o paciente dispara o ciclo ventilatório, porém caso os parâmetros ajustados não sejam atingidos no ciclo assistido, o VP acrescentará ciclos ventilatórios necessários para garantir o suporte ventilatório necessário e previamente ajustado.

Principais Parâmetros de Ventilação Pulmonar

Os principais Parâmetros de Ventilação Pulmonar são:

1.- Volume Corrente ou Tidal (Vt): volume normal de um ciclo inspiratório. Expresso em ml (mililitros).

2.- Pressão Máxima da via aérea (PIP): pressão máxima durante inspiração. Se superada poderá causar danos aos pulmões do paciente. Expressa em cm de H2O.

3.- Frequência Respiratória (Fr). Expressa em ciclos/minuto.

4.- Relação I/E: Relação entre os tempos de inspiração e expiração. Por exemplo, uma relação típica é de 1:2. Se a frequência respiratória for 10 ciclos/minuto, teremos um ciclo inspiratório + expiratório em 6 segundos, e devido à relação I:E de 1:2, a inspiração será de 2 segundos e a expiração de 4 segundos.

5.- FiO2 ou Taxa de Concentração de Oxigênio: porcentual de 21 a 100% de concentração oxigênio presente no volume de ar fornecido ao paciente.

6.- Volume Minuto = Vt x Fr. Expresso em l/minutos (litros por minuto).

7.- Pressão Final Expiratória (PEEP): pressão residual nas vias aéreas no final do ciclo expiratório. Muito utilizada em diversas terapias respiratórias. Expressa em cm de H2O.

8.- Sensibilidade ou Trigger: sensibilidade do VP em detectar demanda de suporte ventilatório solicitado pelo paciente para disparar um ciclo respiratório. O ventilador pode ser sensível em nível de pressão, expresso em centímetros de H2O ou a um fluxo expresso em litros por minuto.

Alarmes

Parâmetros de alarmes são fundamentais e críticos na segurança do paciente, quando falamos de ventilação pulmonar. Alarmes ausentes ou incorretamente ajustados para os parâmetros fisiológicos do paciente são causas comuns de riscos e eventos adversos em terapia ventilatória.

Principais alarmes: Pressão alta/baixa dos gases medicinais de entrada, Alimentação Energia Elétrica, Bateria, Volume Corrente, Apneia, Frequência Respiratória, Pressão de Via Aérea, Concentração de O2.

Riscos Operacionais com Ventiladores Pulmonares:

1.- Qualidade dos Gases Medicinais. No caso do oxigênio o principal risco é a concentração. Oxigênio produzido a partir de usinas podem ter concentração abaixo de 96%, o que comprometerá a calibração de 100%.

No caso de Ar comprimido medicinal os riscos são umidades e oleosidade derivada de compressores sem grau médico. Compressores para produção de ar comprimido medicinal são isentos de óleo e possuem filtros específicos. As normas para gases medicinais para uso em VP são a RDC 50/2002 e ABNT NBR 12188.

  1. Esterilização de materiais de consumo como traqueias, umidificadores, nebulizadores ou filtros reutilizáveis.

  2. Uso de sensores de Fluxo e Concentração de oxigênio genéricos e de baixa qualidade que podem gerar informações erradas dos parâmetros fisiológicos com consequente decisões médicas inadequadas.

  3. Conexões de gases medicinais inadequadas ou fora da conformidade normativa.

Patologias associadas à Ventilação Pulmonar Mecânica

1.- Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM). É definida como uma infecção pulmonar que surge 48 a 72 h após intubação endotraqueal e ventilação mecânica invasiva. A PAVM ocorre quando do aparecimento de infiltrado pulmonar novo ou progressivo.

2.- Intoxicação por oxigênio: ocorre se o nível de oxigênio for superior a 21% por um período prolongado pode causar dispneia progressiva, tosse, dor retroesternal, diminuição da complacência pulmonar.

3.- Barotrauma pulmonar: os altos picos de pressão nas vias aéreas, gerados pela ventilação mecânica. Caracteriza-se pela  ruptura dos alvéolos.

4.- Lesão traqueal: uma das complicações mais comuns e sérias da intubação endotraqueal, provocada pela pressão do “cuff” insuflado da cânula endotraqueal sobre a mucosa traqueal.

5.- Hipotensão: a pressão positiva do ventilador produz uma redução do retorno venoso ao coração e uma queda do débito cardíaco, podendo causar queda na pressão arterial.

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