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A dor facetária ou síndrome facetária é uma condição muito comum na coluna vertebral e uma das principais causas de dor crônica.
As facetas são articulações ou “juntas” entre as vértebras (ossos da coluna) e fornecem cerca de 20% da estabilidade torcional na coluna cervical e lombar. Esse movimento torcional é muito menor na coluna torácica, por ser uma região menos móvel. Por isso, a dor facetária é mais comum na coluna cervical e lombar.
Quase todos os níveis móveis da coluna vertebral (com exceção da primeira vértebra cervical) são compostos pelos mesmos elementos, incluindo:
1) Corpo vertebral, a parte óssea anterior
2) Articulação facetária, articulações estabilizadoras localizadas entre as vértebras
3) Disco intervertebral, que fornece um amortecimento entre as vértebras
Essas estruturas em conjunto fornecem uma proteção para a medula espinhal e raízes nervosas.
As articulações das facetas estão em movimento constante quando nos movimentamos e ao longo dos anos elas se desgastam (degeneram). Esse é um processo normal em todos os indivíduos, sendo mais ou menos significativos em alguns. Quando as articulações das facetas se tornam degeneradas, a camada de cartilagem tornar-se mais fina e pode desaparecer, levando a uma reação do osso da articulação com deformidade local e surgimento de osteófitos (bicos de papagaio). Essas alterações em conjunto aumentam o tamanho da articulação (hipertrofia facetária – artrose na coluna).
A hipertrofia facetária ou artrose na coluna pode estar associada a alterações inflamatórias e causar dor (artrite). A artrite geralmente está presente quando há dor relacionada aos movimentos. Os principais movimentos que causam essa dor facetária são os de rotação e hiperextensão da coluna.
O nosso organismo possui alguns reflexos protetores quando há inflamação das facetas. A musculatura ao redor das articulações inflamadas pode entrar em espasmo e contraturas para tentar diminuir o movimento local (“travamento da coluna”). Felizmente a maioria desses casos são episódios de dor auto-limitada e sem comprometimento neurológico.
Entretanto, nessa fase de dor aguda ou travamento, é muito importante a avaliação de um especialista em coluna para fazer o diagnóstico diferencial com outras condições importantes da coluna vertebral e que levam ao mesmo sintoma na fase aguda.
Os episódios de dor aguda tipicamente são intermitentes e ocorrem algumas vezes por mês ou por ano. Os locais mais comuns são na coluna cervical e coluna lombar.
A maioria dos pacientes tem algum grau de dor crônica local mais leve e algum grau de perda de flexibilidade local (espasmo muscular).
Geralmente a dor piora ao hiperextender o tronco (inclinar-se para trás).
A dor facetária lombar pode irradiar para baixo na região dos glúteos ou posterior da coxa. Da mesma forma, a dor facetária cervical pode ter alguma irradiação para região dos trapézios e ombros.
Diversos casos de dor facetária não são diagnosticados corretamente, pois muitas vezes o paciente convive com uma dor crônica leve e tem poucos episódios de dor aguda.
A suspeita inicial é pela avaliação médica adequada através da histórica clínica e exame físico. Seu médico provavelmente irá solicitar alguns exames complementares para confirmar o diagnóstico e diferenciar de outras afecções da coluna vertebral.
Normalmente as alterações patológicas das articulações facetarias podem ser confirmadas por radiografias simples.
Em alguns casos, outros exames podem ser necessários como a tomografia e a ressonância magnética. A ressonância é o padrão ouro quando outras condições devem ser diferenciadas e até no planejamento do tratamento.
Há situações em que outras patologias podem estar associadas e um bloqueio diagnóstico medicamentoso pode ser indicado (infiltração).
O tratamento inicial em todos os casos de dor facetária é conservador (não cirúrgico). Medidas clínicas são muito importantes e efetivas na maioria dos casos.
É importante o paciente entender que a degeneração e o desgaste das articulações é um processo irreversível e natural do organismo, entretanto existem formas de tratamento para reverter o processo inflamatório de dor (artrite) e estabilizar o quadro.
Para bloquear um ciclo de dor das articulações facetárias uma série de tratamentos podem ser usados com sucesso.
O tratamento conservador da dor facetária envolve inicialmente bloquear a dor através de medicações específicas, aplicar calor local e fazer um repouso relativo.
Em um segundo momento, devem ser instituídos exercícios adequados de fortalecimento da musculatura ao redor da coluna (musculatura paravertebral, CORE, etc), com o objetivo de diminuir a sobrecarga nas articulações facetarias. Além da reabilitação muscular, uma correção da postura irá aliviar a tensão inadequada nas facetas. A prática regular de atividades físicas e o controle do peso será fundamental na terceira fase de tratamento para evitar novas crises dolorosas.
Com essas medidas clínicas, grande parte dos casos de dor facetária ficará estabilizado.
Quando as medidas clínicas iniciais falham, ou há recidiva intermitente dos sintomas inflamatórios, outras medidas podem ser necessárias para o controle do quadro.
O bloqueio da dor pode ser obtido através de procedimentos minimamente invasivos como infiltrações facetárias com medicamentos ou até mesmo rizotomias por radiofrequência (ablação térmica do ramo nervoso que causa a dor facetária) e ou indicaçao de intraspin.
A exata necessidade e indicação em cada caso sempre deve ser avaliada por um médico.
Alguns casos específicos estão associados a outras condições patológicas da coluna. Quando além da dor facetária existe algum tipo de compressão neurológica ou instabilidade associada (estenose, cisto facetário, hérnia de disco, espondilolistese), outras opções cirúrgicas com objetivo de descompressão neurológica e até fusão (artrodese) podem estar indicadas.