Swab: seu uso em teste de higiene em superfícies
Gestão da validação de higiene dentro do Food Safety: entendendo a aplicação do método de swab em superfícies
Com a introdução da Portaria 26 sobre alergênicos coincidindo com a nova norma de segurança americana Food Safety Modernization Act (FSMA), obrigam-se ações de responsabilidade sobre os importadores de alimentos e afeta as empresas brasileiras. Para que os fabricantes de alimentos garantam que seus produtos estejam livres de perigos, tais como bactérias patógenas, fica claro em quais frentes a atuar:
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Certificação de fornecedores de matéria prima e insumos.
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Ações preventivas de Boas Práticas de Fabricação – GMP.
As análises de produto terminado não garante inocuidade do alimento, apenas confirma que as ações preventivas estão sendo efetivas. O FSMA exige que os fabricantes estabeleçam, avaliem e documentem a eficácia dos controles preventivos. A forma de conseguir isso é a implementação de um programa de vigilância ambiental integral, incluindo os 3 métodos a seguir:
Swabs microbiógicos:
♦ Detecção direta de Patógenos: O método mais específico é a detecção direta de patógenos, tais como Listeria e
Salmonella. Assumindo que a empresa tenha controle sobre a inocuidade e qualidade dos fornecedores de matérias primas e insumos, a contaminação de seu produto com patógenos somente ocorrerá durante o processamento via contato com as superficies da linha de produção ou funcionários. Fazer swabs das superfícies e as análises desses patógenos são ferramentas de verificação importantes, mas não servem como medidas de correção em tempo-real porque o tempo mínimo para obter tais resultados é de um dia.
♦ Quantificação dos níveis microbianos em superfícies: Os métodos de swab de superfície para contagem de microrganismos, sejam contagem total de aeróbios, contagem de coliformes ou contagem de bolores de leveduras oferecem uma visão sobre a eficiência da sanitização. Esse resultado não garante que o processo de limpeza foi bem feito, pois é amplamente sabido que a presença de resíduos de matéria orgânica consomem parte do sanitizante, diminuindo a eficácia da sanitização. Portanto, fazer swabs para contagem microbiológica é importante como medida da eficiência da sanitização, mas não da limpeza.
♦ Análise de eficiência da limpeza por detecção de ATP: A Adenosina Trifosfato (ATP) está presente em todos os organismos vivos e na maioria dos alimentos. Por ser uma reação de bioluminescência, o resultado é imediato, por esta razão o ATP passou a ser um indicador confiável e ideal para monitorar processos de higiene. Essa análise é eficiente quando detecta microrganismos e resíduo de alimentos, portanto existe correlação entre quantidade de ATP e contagem microbiana. A presença de ATP em uma superfície que passou por um processo de limpeza indica que essa limpeza não foi eficiente, portanto há risco de contaminação microbiológica, pois ainda existe a presença de resíduos que servem de alimento para os microrganismos se multiplicarem.
É importante observar características antes da escolha do sistema de bioluminescência de ATP:
♦ Formato do swab debe ter o buffer na parte superior a fim de lavar a ponta do swab, extraindo o ATP sem depender da agitação do analista.
♦ A ponta do swab deve ser igual aos swabs microbiológicos oficiais para evitar divergências de amostragem.
♦ O buffer deve ter um volume próximo de 1 ml para garantir que neutralize resíduos de detergentes e sanitizantes.
♦ Resultados devem ser reprodutíveis, fazendo várias leituras no mesmo swab, o valor não deve mudar.
♦ Próprio usuário deve ter um calibrador para verificar e poder calibrar o luminômetro, garantindo a confiabilidade do sistema. ♦ Sistema deve ter um software que permita gerar relatórios de validação para dar suporte à gestão de higiene na fábrica.