Monitorização contínua direta da pressão arterial;
Retirada frequente de sangue para exames e medição de gases sanguíneos arteriais, evitando-se desconforto e lesão arterial provocados por punções frequentes;
Posição de um local para remoção rápida do volume sanguíneo, em situações de sobrecarga volêmica;
Mensuração acurada, frequente e contínua da pressão arterial nos pacientes que utilizam drogas vasoativas potentes (nitroprussiato de sódio, adrenalina, dopamina, etc).
Os locais mais comuns para a inserção do cateter são as artérias radial, braquial, femoral ou dorsal do pé, obtida pelo método de punção percutânea ou dissecção.
Sem dúvida, a artéria de primeira escolha é a artéria radial. Sempre que possível dar preferência para o lado corporal não dominante e realizar o teste de Allen com o objetivo de avaliar a presença de circulação colateral adequada para a mão pela artéria ulnar. (O tempo de enchimento capilar da mão pela artéria ulnar deve ser de 5 a 7 segundos). Tempo maior que 7 a 15 segundos para o retorno significa enchimento capilar ulnar inadequado, portanto a artéria radial não deve ser cateterizada.
Conexão a um sistema de medição eletrônico – A utilização de coluna de mercúrio em sistema aberto não é permitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Resolução RE nº 16, de 06 de julho de 2004).
A conexão ao transdutor eletrônico é feita por interposição de cateter de polietileno rígido esterilizado, não menor que 30cm nem maior que 120cm de comprimento. (Não acrescentar tubos intermediários com flexibilidade e tamanho não padronizados, pelo risco de causar interferência no resultado)
Todo o sistema deve ser preenchido com solução salina fisiológica estéril, preferencialmente com heparina na proporção de 1 unidade/ml e mantido em sistema pressurizado. (A solução glicosada a 5% não deve ser utilizada devido a sua maior viscosidade, o que pode causar alteração no resultado). Qualquer bolha de ar deve ser retirada do sistema para evitar que os resultados não sejam subestimados
Manter a bolsa pressurizadora em 300 mmHg
O sistema deve ser zerado antes do início das medidas. (A zeragem é fundamental para garantir o nivelamento do local do sistema circulatório e do transdutor de pressão)
A onda de pressão é captada pelo diafragma do transdutor que transforma o impulso mecânico em impulso elétrico e amplificado por um monitor eletrônico.
A pressão arterial média (PAM) é o valor médio da pressão durante todo um ciclo do pulso de pressão.
Valores normais da PAM: de 6 a 8 mmHg sendo a média de 8mmHg.
Complicações
Insuficiência vascular
Vasoespasmo
Redução da perfusão capilar
Oclusão arterial
Hemorragia
Hematoma local
Infecção do sítio do cateter
Trombose
Injeção acidental de drogas por via arterial
Isquemia e necrose
Embolização arterial e sistêmica
Material necessário
Mesa auxiliar
Solução antisséptica
Cateter arterial
Gaze estéril
Máscara descartável
Avental estéril
Luva estéril
Campo estéril – fenestrado
Seringa descartável
Agulha 13 x 0,38
Agulha 40 x 12
Anestésico local
Solução salina 0,9% – 250 ml
Heparina sódica – 5.000 UI/ml
Kit – transdutor de pressão
Bolsa pressurizadora
Fio de sutura agulhado mononylon
Pinça para sutura/porta-agulha
Intervenções de Enfermagem
Na inserção do cateter:
Lave as mãos
Prepare o material para o procedimento
Prepare o sistema conectando o transdutor de pressão ao frasco de da solução salina 0,9% de 250 ml com heparina na bolsa de pressurização, exercer pressão de 300 mmHg e conectar a saída do transdutor ao cabo de pressão ligado ao monitor
Retire o ar do sistema
Após a obtenção do acesso arterial, conecte o sistema de monitoração ao cateter
Zere o sistema (linha axilar média – 4º. espaço intercostal) e ative os alarmes
Após a fixação do cateter, realize curativo oclusivo
Na manutenção do cateter
Mantenha o membro aquecido e em posição funcional
Monitore as extremidades do membro cateterizado (temperatura, presença de edema, coloração, perfusão capilar e sensibilidade) a cada 4 horas
Monitore a presença de sangramento, principalmente em pacientes portadores de coagulopatia
Inspecione o sítio de inserção do cateter – hiperemia e presença de secreção – infecção pode estar associada ao tempo de permanência do cateter (mais do que 72 horas) ou à falta de assepsia
Mantenha a permeabilidade do cateter – mantenha a bolsa pressurizadora com pressão de 300 mmHg para evitar retorno de sangue e obstrução do cateter
Mantenha as conexões seguras e fixadas adequadamente para prevenir desconexão acidental e hemorragia
Utilize técnica asséptica para a manipulação do sistema
Mantenha a permanência do cateter somente durante o tempo necessário para o controle hemodinâmico, pois o risco de trombose aumenta com o tempo de permanência
Troque o sistema de pressão invasiva a cada 72 horas, evitando contaminação
Troque a solução salina com heparina a cada 24 horas, para assegurar o efeito da droga
Competência
A RESOLUÇÃO COFEN Nº 390/2011 normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva.
Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.
Parágrafo único: O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização.