Estudo revela que, dentro de cinco anos, a transformação digital vai fazer desaparecer 40 por cento das empresas atuais. Apesar de a maioria das empresas reconhecer esta mudança como um elemento potenciador do negócio, algumas podem não conseguir lidar com a disrupção que a acompanha.
Com o título Digital Vortex: How Digital Disruption is Redefining Industries (“Vortex Digital: Como está a Disrupção Digital a Redefinir as Indústrias”, em bom português), o estudo foi elaborado pelo Centro Global para a Transformação Digital dos Negócios – uma iniciativa criada pela Cisco e pela IMD, uma instituição internacional de ensino da área da Gestão – aponta que 45 por cento das empresas inquiridas não acredita que os organismos directivos estejam devidamente sensibilizados para a importância de adotar abordagens proativas à transformação digital. Os resultados da investigação poderão indicar que algumas indústrias estão a dançar no fio da navalha.
Uma coisa parece ser consensual entre a maioria dos executivos abrangidos: a transformação digital fomenta o desenvolvimento dos negócios e permite entregar aos clientes serviços e ofertas com um maior valor. Mas por outro lado, 43 por cento dos gestores está ciente ou ainda não mensurou os riscos de disrupção que esta transformação acarreta. Somente 25 por cento afirma que a sua organização está a procurar antecipar-se aos eventuais danos causados pela transformação digital.
O estudo centrou a sua análise em 12 setores de atividade, mas foram os de Produtos e de Serviços de Tecnologia que maior potencial revelaram para se transformarem no decurso dos próximo cinco anos.
Citando a investigação, a Cisco, em comunicado, disse que “Os sectores que geralmente se apoiam na análise de dados e nas redes tecnológicas para trocar estes dados de forma digital são os primeiros a apresentar potencial disruptivo, incluindo Media e Entretenimento, Telecomunicações, Serviços Financeiros e Retalho”.
Motorizada por startups e por empresas que navegam ativamente pelo mundo digital, esta metamorfose digital está a permitir que cada vez mais os setores de fundam, e os negócios conseguem agora chegar a mercados que antes poderiam estar fora do seu alcance.
Como consequência, os directores das empresas de hoje que se movem nos setores analisados, prevêem profundas reconfigurações ao longo dos próximos cinco anos, inclusive em matéria de quota de mercado. Contudo, um terço das organizações, diz o estudo, opta por uma estratégia de observação, na esperança de, mais tarde, poderem replicar os modelos bem-sucedidos de abordagem à transformação digital operacionalizados pelas empresas que decidiram abraçá-la e remar na direção da corrente.
“À medida que as indústrias se movem no sentido de um Vórtice Digital, os componentes físicos vão sendo descartados até ao ponto em que se inibem as vantagens competitivas”, Michael Wade, diretor do Centro Global para a Transformação Digital dos Negócios. O responsável acrescenta que ““À medida que as indústrias se movem no sentido de um Vórtice Digital, os componentes físicos vão sendo descartados até ao ponto em que se inibem as vantagens competitivas. As entidades disruptivas com mais sucesso apoiam-se no que definem como «disrupção combinada», que combina múltiplas fontes de valor – como custo, experiência e plataforma – para criar novos modelos de negócio disruptivos e benefícios exponenciais”.
Este “Vórtice Digital”, de que fala Wade, é um conceito que pretende caracterizar o ímpeto transformativo catalisado pela crescente digitalização, transversal a todos os setores, e que atinge todas as organizações num movimento centrípeto.